Infelizmente muitos tratam coisas públicas como se fossem coisas que não pertencem a ninguém, quando, na verdade, uma coisa pública deve ser vista como uma coisa de todos. Esse pensamento típico de países de terceiro mundo faz com que as coisas públicas em geral não prestem ou sejam piores do que as coisas privadas.
Assim, cria-se a cultura de que tudo o que é privado é melhor do que o público e isso leva a uma espécie de aceitação pelo o povo de que serviços públicos, instituições públicas, aparelhos públicos não sejam eficientes como se espera dos mesmos itens privados.
Ora, há um ciclo nojentamente vicioso formado por tais pensamentos de que a coisa pública não é de ninguém e por isso pode ser maltratada, e pela ausência estatal por zelar pelo que é do próprio estado.
Vejamos o exemplo das Universidades Públicas, as quais ainda são as raras instituições Públicas respeitadas e tidas, em sua maioria, como melhores do que as Instituições de ensino Superior Privadas, mesmo assim encontram-se tendo boa parte de seus prédios pichados, seus Campi entregues a matagais e lixos, além de possuírem instrumentos velhos e inadequados para a vida acadêmica da atualidade. Isso gera claramente um desestímulo aos alunos, aos pesquisadores e aos próprios Professores, todos tendendo a alimentar, assim, o ciclo vicioso de desvalorização da coisa pública.
A mesma coisa acontece em outros setores, tais como em hospitais, transportes e diversas outras áreas públicas.
A própria segurança pública seria mais efetiva se o Estado se fizesse presente, não apenas com a polícia, mas com iluminação pública, limpeza de prédios públicos e ruas, escolas profissionalizantes e colégios públicos em tempo integral e com profissionais bem pagos, tudo isso gera nas pessoas um sentimento, inverso do que acima dito, de orgulho e automaticamente proteção aos bens e coisas públicas.
Assim, é necessário que o Estado se faça presente cuidando e zelando por tudo que é público e a nós cabe resgatar esse sentimento de que o público é de todos e todos devemos cuidar individualmente das coisas públicas, pois são nossas.
Comments