A guerra entre Rússia e Ucrânia, completa na data em que escrevo este artigo, um mês. Na verdade, o conflito é muito mais semelhante a uma invasão bárbara dos russos do que uma guerra propriamente dita. Apesar disso, até o momento, a Ucrânia vem resistindo heroicamente e dando ao mundo uma lição de bravura.
Referido conflito militar tem vitimizado muitas pessoas, em especial os civis ucranianos, que dia após dia vem sendo covardemente bombardeados pelo exército inimigo.
Entretanto, do outro lado do mundo, aqui no Ceará, a nossa capital tem sido palco de outro terror, qual seja a violência urbana desenfreada.
Seja no ponto mais nobre de Fortaleza, a Avenida Beira Mar, em que turistas e moradores são diariamente assaltados por pivetes que ostentam com orgulho cabelos amarelados e tatuagens de facções ou nos bairros periféricos em que moradores são expulsos das suas casas por traficantes, que os transformam em
refugiados urbanos, a violência só cresce no Ceará.
Claro que em ano eleitoral, os números apresentados parecem mostrar um Ceará pacífico. Aliás, esse é o nome de um dos mais fracassados, apesar de bem intencionado, planos de política pública para combater a violência que já tivemos.
Ocorre que de pacífico não temos aqui nem o Oceano.
Assaltos em ônibus, crimes sexuais em terminais, assassinatos semanais de motoristas de aplicativos, além da volta dos sequestros, os quais, agora com a possibilidade de pagamentos de resgate pelo própria vítima por PIX, novamente atormentam o cidadão.
Diante desse cenário, o que mais me assusta é o fato de que toda essa violência parece ser tratada como insignificante pelo Estado, o qual deixou o crime organizado tomar conta e se aparelhar bem embaixo dos olhos dos últimos governos e agora vem com a falsa propaganda de que a criminalidade está
controlada.
Aqui, como na Ucrânia, está vigorando a política do salve-se quem puder, com a diferença de que lá o Governo tem orgulhado os cidadãos e seu Presidente tem resistido ao lado dos seus governados, enquanto que aqui o que se vê são políticos em carros blindados e em condomínios fechados, se transportando em helicópteros para que a podridão da violência das ruas nãos os atinja.
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