Em nenhum sistema judicial atual no Ocidente alguém pode ser julgado criminalmente sem que se tenha uma defesa técnica constituída e feita por um Advogado devidamente habilitado. Entretanto, na prática o que se vê em muitos casos é o acusado sendo tão mal defendido que era melhor que não tivesse um defensor. Pelo menos assim o processo seria nulo ao final. Isso se vê em casos de pessoas pobres e também de pessoas ricas, como o jogador Daniel Alves, preso já há alguns meses sob a acusação de estupro.
Não entrarei no mérito do caso, até pelo fato de não conhecer os autos, não podendo dizer se o jogador é culpado ou inocente. Entretanto, é claro que ele foi muito mal defendido e fundamentalmente por isso ainda está preso.
A começar pela sua primeira Advogada, a qual não era Criminalista, e de modo primário errou ao reapresentar o atleta às autoridades espanholas antes de ir pessoalmente verificar se já existia alguma medida cautelar decretada contra ele, o que, de fato existia e era a pior delas: a prisão.
Depois pelo segundo Advogado, o qual mudou a desastrosa versão inicial de que o brasileiro não conhecia a suposta vítima, por outra versão ainda pior, a de que ele conhecia, mas não havia com ela feito nenhum ato sexual. Essa versão caiu por terra com a perícia que detectou vestígios de sêmen do jogador do Barcelona.
Somente o terceiro Advogado, este sim um renomado Criminalista espanhol, firmou a terceira e definitiva versão de que houve o ato, mas que teria sido consentido, buscando, assim, excluir a ilicitude da conduta.
Para fins da manutenção da prisão, a contratação tardia de um Criminalista fez com que o jogador amargue longos dias de cárcere sem previsão de liberdade.
O episódio mostra que Advogados não são todos iguais. Ora, ninguém em sã consciência contraria um ortopedista para operar um olho ou um oftalmologista para engessar uma perna quebrada. Então, porque contratar um Advogado que não é Criminalista para um processo criminal?
O acusado nunca deve titubear em contratar um especialista para atuar, sob pena de pagar com o bem mais caro ao ser humano: a liberdade.
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