Muito tem se falado sobre ChatGPT e outras inteligências artificiais que prometem revolucionar vários aspectos da vida humana, seja no trabalho, em decisões e processos judiciais, em procedimentos médicos, em vendas, em redes sociais e em tudo o mais que se possa imaginar e até naquilo que ainda nem mesmo imaginamos, tamanho é a anunciada capacidade intelectual desses sistemas computacionais.
Junto com toda a publicidade sobre o assunto das habilidades das inteligências artificiais há uma gigantesca rede teórica de supostos perigos que elas podem trazer para a humanidade, tais como a que pregam que seríamos, nós humanos, dominados por essas IAs, entre outras tantas teorias da conspiração que vão no mesmo sentido maniqueísta de tratar esses avanços tecnológicos como coisas ruins e que ameaçam a raça humana.
Entretanto, independentemente do eventual perigo que as IAs possam trazer no futuro, penso que a humanidade deveria ser preocupar de forma mais urgente com a atual burrice natural que infesta a nossa espécie.
Tal burrice se manifesta nos preconceitos sociais, raciais, sexuais, políticos, religiosos e de qualquer natureza; no abandono e na violência gratuita contra animais de ruas; na violência doméstica contra pessoas do nosso próprio ciclo, as quais deveriam ser amadas e não agredidas pelos que as cercam; na intransigência do debate político; no desperdício de comida, enquanto muitos morrem de fome; na corrupção de governos; em guerras desumanas e em ameaças nucleares; em trabalhos ainda em condições análogas a de escravos; bem como no tráfico internacional de pessoas.
Essas são apenas algumas das espécies de burrices naturais que deveriam nos preocupar muito mais do que as modernas inteligências artificiais, pois os supostos perigos que as IAs podem trazer ainda são especulações, enquanto os perigos atuais das burrices naturais de nós humanos já são uma perigosíssima realidade.
E para os adeptos das teorias da conspiração, que preferem se preocupar com algo que ainda não aconteceu, ao invés de focar em combater as mazelas já existentes na humanidade, ficará mais uma dúvida: será que esse texto foi escrito por mim ou pelo ChatGPT?
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